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Comparação entre gráficos da apuração da eleição presidencial brasileira e pesquisa de intenção de voto nos Estados Unidos é enganosa

Usuário das redes tentou equiparar dados que tratam de assuntos diferentes para sugerir fraude eleitoral

Publicado em 09/12/2022 às 09:45, atualizado em 12/12/2022 às 21:30

Comparação entre gráficos da apuração da eleição presidencial brasileira e pesquisa de intenção de voto nos Estados Unidos é enganosa

Conteúdo analisado

Postagem nas redes sociais compara gráfico de apuração das eleições presidenciais de 2022 divulgado por veículos de imprensa do país com tabela que mostraria a contagem dos votos nas eleições norte-americanas realizadas em 2016. Ao analisar as duas imagens, o autor da publicação questiona por que o gráfico brasileiro possui curvas mais suaves do que o estadunidense e sugere que o processo de totalização do pleito do Brasil seria ditado por um algoritmo.

Por que é boato?

Enquanto a tabela brasileira mostra dados referentes à contagem dos votos no segundo turno das Eleições Gerais de 2022, a dos Estados Unidos mostra estatísticas de pesquisas de intenção de votos para o cargo de presidente daquele país.

Dados tratam de assuntos diferentes

A comparação é descabida porque os gráficos tratam de assuntos completamente diferentes. É importante destacar, ainda, que as informações foram coletadas em intervalos de tempo distintos – a americana reflete a intenção de voto do eleitorado norte-americano durante um ano e a brasileira mostra a apuração da votação para a Presidência da República no período de aproximadamente 10 minutos na data de realização do pleito, dia 30 de outubro.

Linearidade depende de como gráfico foi construído

Além disso, a tabela brasileira não é tão linear quanto afirmou o autor da postagem. É importante saber que a escolha do intervalo que será retratado interfere na aparência final do gráfico. A imagem divulgada nas redes diz respeito ao período de aproximadamente 10 minutos e mostra o momento em que ocorreu a última virada na segunda etapa do pleito.

Ainda assim, é possível observar que as linhas que correspondem ao total de votos de cada candidato se cruzam em mais de um momento. Ou seja, a “curva suave” observada em uma análise superficial ocorre porque as variáveis estão distribuídas em um período maior. Contudo, se as linhas forem examinadas mais de perto, em um espaço menor de tempo, serão percebidas diversas variações.

Não existe algoritmo para privilegiar determinadas candidaturas

As urnas foram projetadas para coletar votos de maneira ágil, fácil e segura. Elas não têm o poder de modificar a vontade do eleitorado. Ou seja, a tese de que há um pretenso algoritmo capaz de limitar a votação para determinada candidatura é falaciosa.

E, ainda que tal comando existisse, ele seria rapidamente detectado por meio da análise do código-fonte, que ficou aberto durante um ano para inspeção das instituições legitimadas a fiscalizar o processo eleitoral.

Neste período, as linhas de programação também foram examinadas por pesquisadores da Universidade de São Paulo (USP), Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) e Universidade de Campinas (Unicamp), que atestaram a confiança do sistema eleitoral. Vale lembrar que desde 1996, ano em que a Justiça Eleitoral passou a utilizar a urna eletrônica, nenhuma fraude foi comprovada.

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