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Suposta perícia forense realizada pelos Estados Unidos não comprovou fraude nas eleições brasileiras

Notícia falsa propaga teorias antigas, já desmentidas pelo TSE e agências de checagem

Publicado em 29/05/2023 às 16:25, atualizado em 29/05/2023 às 16:41

Suposta perícia forense realizada pelos Estados Unidos não comprovou fraude nas eleições brasileiras

Conteúdo analisado

Um vídeo supostamente baseado em uma notícia norte-americana afirma que uma perícia forense realizada por técnicos dos Estados Unidos apontou fraude nas urnas eletrônicas brasileiras. O conteúdo disseminado pela internet diz ainda que o exame realizado pelos EUA teria indicado que o candidato derrotado à Presidência foi o verdadeiro vencedor do pleito.

Por que é boato?

A gravação se baseia em teorias enganosas que já foram desmentidas tanto pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) quanto por agências independentes especializadas em checagem de fatos. A verdade é mais simples do que parece: o candidato perdeu a eleição porque recebeu menos votos que o adversário, e não devido a uma suposta quebra do código-fonte, que, aliás, não ocorreu.

As linhas de programação foram abertas para inspeção de entidades fiscalizadoras um ano antes do pleito. Também participaram desse exame pesquisadores de três universidades brasileiras, que atestaram a confiança do sistema eletrônico de votação.

Todos os modelos de urnas foram auditados

Vale lembrar que nas Eleições Gerais de 2022 foram utilizados urnas eletrônicas dos modelos UE 2009, UE 2010, UE 2011, UE 2013, UE 2015 e UE 2020 e que absolutamente todas as versões passaram por auditoria.

Os equipamentos antigos já estão em uso desde 2010 (para as urnas modelo 2009 e 2010) e todos foram utilizadas nas Eleições 2018. Nesse período, esses modelos de urna já foram submetidos a diversas análises e auditorias, tais como a Auditoria Especial do PSDB em 2015 e cinco edições do Teste Público de Segurança (2012, 2016, 2017, 2019 e 2021).

As urnas eletrônicas modelo 2020, que ainda não estavam prontas no período de realização do TPS 2021, foram testadas pelo Laboratório de Arquitetura e Redes de Computadores (Larc) da Escola Politécnica da Universidade de São Paulo (EP-USP), além de ter o conjunto de softwares avaliado também pela Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) e Universidade Federal de Pernambuco (UFPE). Nas três avaliações, não foi encontrada nenhuma fragilidade ou mesmo indício de vulnerabilidade.

Votos registrados após as 17h

Ao contrário do que é afirmado no vídeo – que nada mais é do que um compilado de fake news que circularam na época do pleito – os votos registrados após as 17h não são indícios de que houve fraude nas Eleições Gerais de 2022. A Resolução TSE nº 23.669, que trata dos atos gerais do processo eleitoral, assegura o direito ao voto de eleitoras e eleitores que chegaram à seção eleitoral até este horário.

Além disso, o TSE possui registros bem detalhados com relação à distribuição de votos depositados nas urnas ao longo de faixas horárias dos dias dos pleitos. Segundo a área técnica do Tribunal, no 1º turno das Eleições 2022, 4.047.341 pessoas votaram após as 17h. Os últimos eleitores votaram entre 23h45 e 23h59. No 2º turno deste ano, 31.714 eleitores votaram após as 17h, e os votos foram registrados de 19h15 e 19h29.

Lei de Benford não é confiável para resultados eleitorais

Outra tese furada propagada é a de que a aplicação da chamada “Lei de Benford” teria demonstrado uma grande possibilidade de manipulação do pleito. Ocorre que esse cálculo, por si só, não é capaz de provar qualquer irregularidade. Isso porque é consenso entre especialistas que a metodologia não é eficaz para verificar a integridade da votação.

Confira a explicação completa na checagem “É mentira que Lei de Benford provou fraude nas eleições brasileiras”.

Acesse as checagens e esclarecimentos abaixo