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Homem mente ao afirmar que urna foi programada para favorecer candidata à Presidência nas Eleições 2014

Autor da gravação também não reproduziu o sistema utilizado no equipamento

Publicado em 28/12/2022 às 17:45, atualizado em 16/01/2023 às 10:44

Homem mente ao afirmar que urna foi programada para favorecer candidata à Presidência nas Eleições 2014

Conteúdo analisado:

Circula na internet um video no qual um homem, que se apresenta como programador, demonstra supostas formas de manipular a urna eletrônica. Segundo o autor da gravação, o sistema poderia ser programado para computar automaticamente o voto digitado no equipamento em favor de determinada candidatura à Presidência da República nas Eleições Gerais de 2014 após determinado horário.

Por que é boato?

O que aparece na gravação é apenas uma reprodução mal feita da interface (aparência) da urna eletrônica e não possui qualquer relação com o sistema original, que foi desenvolvido pela Justiça Eleitoral para atender às necessidades do eleitorado brasileiro. Além disso, todos os 120 sistemas usados nas eleições brasileiras por um ano para que entidades fiscalizadoras possam analisar, linha por linha, o código de cada programa.

Para que a suposta fraude “demonstrada” nesses vídeos pudesse acontecer, as alterações nos códigos já teriam de estar nos programas da urna eletrônica, que foram auditados e validados por instituições renomadas como Ministério Público, Polícia Federal e pesquisadores de universidades federais, que foram unânimes ao atestar a confiança do voto eletrônico.

Lacração dos sistemas impede qualquer tentativa de adulteração

Cerca de 30 dias antes da eleição, para verificar que os códigos estão íntegros – ou seja, que não foram alterados – e foram gerados pelo próprio Tribunal Superior Eleitoral (TSE), é realizada a cerimônia de lacração dos sistemas, em que os códigos são assinados digitalmente. Para cada arquivo de código-fonte, é gerado um hash (espécie de dígito verificador). Ao final, esse pacote de arquivos é assinado digitalmente por uma série de autoridades, entre elas, o presidente do TSE, representantes de partidos políticos, da PF, o presidente da OAB e o procurador-geral da República. A cópia original assinada fica disponível para análise a qualquer tempo na sala-cofre do Tribunal, em Brasília (DF).

A lacração é fundamental, pois o primeiro procedimento que a urna eletrônica executa ao ser ligada é ler e conferir as assinaturas eletrônicas dos programas. Qualquer problema nesse processo (se as assinaturas não conferirem, por exemplo) impede a urna de funcionar. Logo, não há como rodar um software que não seja o da Justiça Eleitoral, ou que seja adulterado por um ponto ou uma vírgula no código.

 

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