COMPARTILHAR
Emissora de televisão não detém código-fonte das urnas eletrônicas
Também não é verdade que veículo de comunicação constatou vitória de candidato derrotado
Publicado em 26/04/2023 às 18:35, atualizado em 11/09/2023 às 16:58
Conteúdo analisado:
Circula nas redes sociais TikTok, Twitter e Facebook um print de um tweet que, em tom alarmante, afirma que uma emissora de televisão teria constatado a vitória do candidato derrotado à Presidência da República a partir da análise do código-fonte das urnas eletrônicas, que estaria em posse do veículo de comunicação. Uma nova versão do rumor, que começou a ser propagada em agosto de 2023, ainda dizia que o conjunto de comandos existentes nas urnas e nos sistemas eleitorais teriam sido repassados ao veículo pelo governo dos Estados Unidos.
Por que é boato?
O código-fonte não foi entregue ao governo dos Estados Unidos, nem à emissora de televisão. Também não foi detectada nenhuma divergência entre o resultado oficial divulgado pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e os votos registrados pelo eleitorado nas urnas eletrônicas.
O candidato foi derrotado porque recebeu menos votos do que o adversário e isso não tem nenhuma relação com um suposto acesso indevido ao código-fonte, que nada mais é do que um conjunto de linhas de programação que fornece as instruções para que um software funcione. Não há nele nenhuma informação da votação em si.
Voto é gravado no RDV
O voto do eleitorado é gravado em um arquivo chamado Registro Digital do Voto (RDV). O RDV é uma espécie de tabela digital onde os dados são registrados sem vinculação com os respectivos eleitores de forma a preservar o sigilo do voto.
Código-fonte passou por inspeção
Durante o período de um ano, instituições como Polícia Federal, Ministério Público, Universidade de São Paulo (USP), Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) e Universidade de Campinas (Unicamp) tiveram a oportunidade de conferir as linhas de programação e, a partir dessa análise, atestaram a confiança do sistema eleitoral.
É importante esclarecer que qualquer instrução equivocada contida no código-fonte seria facilmente detectada pelas entidades fiscalizadoras, que têm acesso a todos os sistemas da urna, incluindo sistema operacional, bibliotecas, programas de criptografia e respectivos compiladores, além de sistemas usados na geração de mídias para as urnas e na transmissão, recebimento e gerenciamento dos arquivos de totalização.
Após a etapa de conferência pelas entidades autorizadas a fiscalizar o voto eletrônico, há ainda uma outra medida de segurança: os sistemas são assinados digitalmente e lacrados em cerimônia pública realizada na sede do TSE, em Brasília, de forma a impedir qualquer tentativa de adulteração dos programas.
Acesse as checagens e esclarecimentos abaixo
-
Emissora de televisão não detém código-fonte das urnas eletrônicas
-
CNN tem os códigos-fontes das urnas que provam vitória de Bolsonaro em 2022 #boato
-
Governo americano não deu código-fonte das urnas para TVs brasileiras