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Boato sobre “compra” de vitória de candidato à Presidência é antigo e circula desde 1998
Eleições Gerais de 2022 transcorreram normalmente, sem que nenhuma irregularidade fosse comprovada
Publicado em 16/10/2023 às 20:15, atualizado em 16/10/2023 às 20:22

Circulou no Instagram e em outras redes sociais uma nova versão de uma teoria conspiratória antiga, propagado desde 1998 na internet. A publicação afirmava que a vitória de um dos candidatos à Presidência da República havia sido comprada por um partido político e que a candidatura derrotada ganhou a eleição com 87% dos votos válidos.
Para reforçar a alegação enganosa, a mensagem afirma que o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) colocou em funcionamento um algoritmo para reverter o placar em favor do vencedor e que a suposta “notícia” já era conhecida por veículos de comunicação estrangeiros.
Por que é boato?
Conforme apuração da Agência Lupa, especializada em checagem de fake news, o texto disseminado na web é uma adaptação de um boato que começou a circular após a Copa do Mundo de 1998. Naquela época, a mensagem era enviada por correntes de e-mail e dizia que o campeonato de futebol tinha sido vendido por US$ 23 milhões.
Também não é verdade que exista um algoritmo programado para “retirar” votos de uma candidatura e depositar em outra. As urnas eletrônicas foram projetadas para coletar os votos conforme a vontade do eleitor e isso é comprovado por meio da análise do código-fonte, que é aberto para inspeção um ano antes da eleição, e pelo Teste de Integridade, aplicado na data em que brasileiras e brasileiros comparecem às seções eleitorais para votar.
Teste de Integridade
A testagem tem o objetivo de confirmar que o voto digitado pelo eleitorado é o mesmo que será contabilizado pela urna. O procedimento é aplicado em aparelhos sorteados que já estavam preparados para o pleito e é acompanhado de perto por uma empresa externa de auditoria externa. O teste é feito desde 2002 e até hoje nenhuma divergência foi detectada.
Zerésima e Boletim de Urna
Além disso, o resultado de uma eleição é inicialmente apurado em cada urna usada no pleito. Antes da votação, o equipamento emite um relatório chamado Zerésima, que serve para demonstrar que aquela urna está zerada, ou seja, possui 0 votos dentro dela.
Depois que a fase de coleta dos votos termina, outro documento é impresso pelo aparelho. É o Boletim de Urna (BU), que mostra o total de votos recebidos por cada candidata ou candidato naquela seção eleitoral. O BU fica afixado na porta do local de votação e também pode ser consultado pela internet.
Acesse as checagens e esclarecimentos abaixo