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Todos os equipamentos utilizados nas Eleições Gerais de 2022 passaram por auditoria; nenhuma fraude foi comprovada

Live de canal argentino foi baseada em texto apócrifo com informações erradas sobre urnas

Publicado em 09/11/2022 às 17:30, atualizado em 13/12/2022 às 19:44

Todos os equipamentos utilizados nas Eleições Gerais de 2022 passaram por auditoria; nenhuma fraude foi comprovada

No dia 4 de novembro, um canal argentino realizou uma transmissão ao vivo que repercutiu informações equivocadas sobre as urnas eletrônicas baseadas em um texto sem autoria que circulou na internet logo após o segundo turno das Eleições Gerais de 2022.

O homem que apresenta a live afirmou que apenas o modelo 2020 do equipamento passou por auditorias e que as versões anteriores utilizadas no pleito não teriam passado por nenhum procedimento de fiscalização.

Tal fato, segundo ele, teria sido responsável pelas votações unânimes obtidas pelos candidatos à Presidência da República em algumas seções eleitorais. De acordo com o apresentador, os votos em uma única candidatura seria um indício de que houve fraude nas urnas eletrônicas.

Fato ou Boato?

Diferentemente do que foi dito, não é verdade que os modelos anteriores das urnas eletrônicas não passaram por procedimentos de auditoria e fiscalização. Os equipamentos antigos já estão em uso desde 2010 (para as urnas modelo 2009 e 2010) e todos foram utilizadas nas Eleições 2018. Nesse período, esses modelos de urna já foram submetidos a diversas análises e auditorias, tais como a Auditoria Especial do PSDB em 2015 e cinco edições do Teste Público de Segurança (2012, 2016, 2017, 2019 e 2021).

As urnas eletrônicas modelo 2020, que ainda não estavam prontas no período de realização do TPS 2021, foram testadas pelo Laboratório de Arquitetura e Redes de Computadores (Larc) da Escola Politécnica da Universidade de São Paulo (EP-USP), além de ter o conjunto de softwares avaliado também pela Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) e Universidade Federal de Pernambuco (UFPE). Nas três avaliações, não foi encontrada nenhuma fragilidade ou mesmo indício de vulnerabilidade.

É importante ressaltar que o software em uso nos equipamentos antigos é o mesmo empregado nos equipamentos mais novos (UE2020), cujo sistema foi amplamente aberto para auditoria dentro e fora do TSE desde 2021. A urna eletrônica é um hardware, ou seja, um aparelho. O que realmente importa é o que funciona dentro dela: o programa que ficou disponível para inspeção durante um ano, foi assinado digitalmente e lacrado em cerimônia pública com participação das entidades fiscalizadoras, como Ministério Público, Polícia Federal, Controladoria-Geral da União e Ordem dos Advogados do Brasil, por exemplo.

Convergência de votos não é sinônimo de fraude

Algumas urnas registraram todos os votos em favor de um candidato, mas isso não pode ser considerado um indício de manipulação. A votação unânime em determinadas seções, aliás, beneficiou os dois políticos que disputaram a Presidência e não é um fenômeno exclusivo das eleições deste ano. No primeiro turno das eleições deste ano, os eleitores de 61 seções eleitorais votaram apenas em Luiz Inácio Lula da Silva. O número equivale a 0,0129% das 472.075 seções eleitorais instaladas no Brasil e no exterior. Outra seção, no município de Novo Progresso (PA) registrou votos exclusivamente para o atual presidente, Jair Bolsonaro.

A quantidade de urnas eletrônicas em que foram depositados votos para somente um dos candidatos subiu no segundo turno, o que é natural considerando que havia somente dois candidatos. No dia 30 de outubro, todos os eleitores de 143 seções seguiram pelo mesmo caminho e optaram por votar em Lula. Bolsonaro dominou a cena em outras 4 seções, onde angariou a totalidade dos votos contabilizados.

Confira detalhes sobre a votação unânime em eleições anteriores.

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