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Texto mente ao afirmar que urnas possuem dois códigos-fonte distintos e que houve fraude nas eleições

Mensagem viral disseminou acusações infundadas pelo aplicativo WhatsApp

Publicado em 01/12/2022 às 17:30, atualizado em 01/12/2022 às 17:41

Texto mente ao afirmar que urnas possuem dois códigos-fonte distintos e que houve fraude nas eleições

Uma mensagem apócrifa que circulou no aplicativo WhatsApp enganou muitas eleitoras e eleitores ao afirmar que foram reveladas diversas evidências de que houve fraude nas Eleições Gerais de 2022 e em pleitos realizados em anos anteriores.

O texto também diz que as urnas eletrônicas possuíam dois códigos-fonte distintos e que os modelos anteriores do equipamento não teriam sido submetidos a auditorias. A suposta manipulação, de acordo com o conteúdo viral, teria desequilibrado a disputa e ocasionado a derrota de um dos candidatos à Presidência.

Fato ou Boato?

As informações repassadas pela mensagem de autoria desconhecida podem ser classificadas como falsas. Primeiro porque, ao contrário do que diz o texto, existe somente um código-fonte, que, depois de ser inspecionado por representantes de entidades fiscalizadoras e especialistas em tecnologia da informação durante o Teste Público de Segurança do Sistema Eletrônico de Votação (TPS), é assinado digitalmente e lacrado em cerimônia pública, procedimentos que impedem qualquer tentativa de manipulação.

Não existe algoritmo para privilegiar determinadas candidaturas

As urnas foram projetadas para coletar votos de maneira ágil, fácil e segura. Elas não têm o poder de modificar a vontade do eleitorado. Ou seja, a tese de que há um pretenso algoritmo capaz de limitar a votação para determinada candidatura é falaciosa. E, ainda que tal comando existisse, ele seria rapidamente detectado por meio da análise do código-fonte, que ficou aberto durante um ano para inspeção das instituições legitimadas a fiscalizar o processo eleitoral.

Neste período, as linhas de programação também foram examinadas por pesquisadores da Universidade de São Paulo (USP), Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) e Universidade de Campinas (Unicamp), que atestaram a confiança do sistema eleitoral. Vale lembrar que desde 1996, ano em que a Justiça Eleitoral passou a utilizar a urna eletrônica, nenhuma fraude foi comprovada.

Todas as urnas passaram por várias etapas de auditoria

Também é mentira que as urnas mais antigas, de versões anteriores às de 2020, não passaram por auditorias. A realidade, diga-se de passagem, diverge – e muito – dessa alegação. Todos os modelos foram submetidos e resistiram bravamente às investidas de investigadoras e investigadores inscritos no TPS, que acontece desde 2009 e é uma das oportunidades de fiscalização do voto eletrônico. São testados sempre os equipamentos mais recentes na época do evento e, como operam com programas idênticos, pode-se afirmar que absolutamente todos foram avaliados sucessivas vezes pelos participantes.

Fake: maioria das urnas do Nordeste não registrou zero votos para um dos candidatos

Outra teoria falida disseminada pelo conteúdo é a de que a maioria das urnas instaladas no interior do Nordeste registraram zero votos para um dos candidatos que disputavam a Presidência da República.

É fato que em algumas seções não foi registrado nenhum voto para um dos candidatos que participaram do segundo turno das eleições presidenciais, mas a situação não ocorreu em todo o Nordeste, nem é indício de fraude eleitoral.

Confira os dados oficiais divulgados pelo TSE

No primeiro turno, 162 seções eleitorais registraram zero votos para Luiz Inácio Lula da Silva ou Jair Bolsonaro. O atual mandatário não teve votação em 161 seções, número que equivale a apenas 0,03% das 472.075 seções eleitorais instaladas no Brasil e no exterior. A maioria (98) estava localizada no Nordeste, mas eleitores de outros 63 locais de votação seguiram pelo mesmo caminho e optaram por não votar no presidente que buscava a reeleição.

O presidente também não foi votado em 40 seções do Norte, 14 do Sudeste, sete do Centro-Oeste, uma do sul e uma do exterior. Só no Maranhão foram 51 locais sem nenhum voto para o político. Amazonas e Bahia empataram no segundo lugar do ranking com 27 seções sem votos para Bolsonaro. Lula não conquistou votos em uma seção eleitoral localizada em Novo Progresso (PA), índice que corresponde a 0,0002% do total de locais de votação.

O número de urnas eletrônicas sem votos para os presidenciáveis caiu no segundo turno do pleito. No dia 30 de outubro, Bolsonaro não foi votado em 144 (0,03%) seções eleitorais brasileiras. Oitenta e duas estavam instaladas no Nordeste, 36 no Norte, 13 no Sudeste, seis no Centro-Oeste, quatro no Sul e três no exterior. Cinco seções eleitorais (0,001%) contabilizaram zero votos para Lula. Três delas funcionavam em países estrangeiros, uma no Rio Grande do Sul (RS) e outra no Pará (PA).

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