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Postagem usa entrevista de falsa juíza sueca e fala descontextualizada de jornalista para atacar sistema eleitoral

Suposta magistrada é, na verdade, cantora da banda ABBA e o âncora de TV criticava ato de candidato à Presidência

Publicado em 02/08/2023 às 17:50, atualizado em 20/05/2024 às 19:20

Postagem usa entrevista de falsa juíza sueca e fala descontextualizada de jornalista para atacar sistema eleitoral

Um compilado de dois vídeos antigos ganhou bastante projeção nas redes sociais em julho de 2023. A publicação une três gravações enganosas que circularam na época das Eleições Gerais de 2022 já desmentidas por agências especializadas em checagem de fatos e pela Justiça Eleitoral.

A primeira é o recorte de uma crítica feita por um âncora de televisão, que comentava a reunião com embaixadores convocada por um dos candidatos à Presidência da República em julho de 2022.

Também é reproduzida no vídeo uma entrevista concedida por uma suposta juíza sueca chamada Anna Ase, que teria confirmado que houve fraude no pleito brasileiro. Na última parte, uma mulher com sotaque estrangeiro afirma que os Estados Unidos interferiram na votação brasileira por intermédio da Central Intelligence Agency (CIA).

 Por que é boato?

Ao dizer que o Brasil elegia representantes por meio de “urnas fraudulentas”, o jornalista, na verdade, repetia o conteúdo do discurso feito pelo candidato a presidente durante o episódio com os diplomatas. Era, na verdade, um comentário irônico sobre o ato, que, na visão do jornalista, consistiu no uso de dados falsos e versões já desmentidas para atacar os tribunais superiores.

Mulher que aparece no vídeo é cantora

A entrevista com a magistrada também é falsa. Quem aparece nas imagens é a cantora Agnetha Fältskog, da banda Abba, que não faz qualquer menção às urnas ou às eleições brasileiras na conversa, recortada de um programa sueco gravado em 2014.

Eleições não foram fraudadas

Por fim, não há qualquer prova ou indício de que as eleições tenham sido manipuladas – por agentes brasileiros ou até mesmo de outros países. O pleito do Brasil é inteiramente organizado pela Justiça Eleitoral, que realiza auditorias em diversas etapas do processo eleitoral e abre os códigos-fonte para que instituições possam avaliar a segurança das urnas e do sistema eletrônico de votação.

Confira todas as oportunidades de auditoria e fiscalização das eleições brasileiras.

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