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Postagem engana ao usar informação antiga sobre devolução de urnas pelo Paraguai

País vizinho nem sequer teve pleito neste ano. As eleições municipais no Paraguai foram adiadas para 2021. Fato, na verdade, ocorreu em 2013 e com urnas brasileiras de um modelo antigo.

Publicado em 21/08/2020 às 00:00, atualizado em 17/09/2022 às 13:07

Postagem engana ao usar informação antiga sobre devolução de urnas pelo Paraguai

Circula pelas redes sociais uma mensagem que afirma que o Paraguai vetou o uso de urnas eletrônicas brasileiras nas eleições de 2020 e decidiu pelo voto manual. A informação é falsa.

 

O Paraguai sequer teve eleições municipais em 2020; em razão da pandemia, o pleito foi adiado para 2021. As postagens atuais dão a entender que houve um veto aos aparelhos em 2020, o que não é verdade. Tanto que o print da notícia de que a decisão de recusar as urnas brasileiras partiu do Congresso Nacional paraguaio compartilhada é de 2013 – mas a data não aparece.

O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) brasileiro explica, em nota, que o Paraguai utilizou a urna brasileira em 2001, 2003, 2004 e 2006. "Essa colaboração foi feita com o empréstimo de urnas eletrônicas ainda em uso na Justiça Eleitoral brasileira, que retornaram ao país após a eleição. Posteriormente, o Paraguai solicitou o empréstimo definitivo de urnas modelo 1996, que foram utilizadas pela última vez no Brasil nas eleições de 2002. Esse modelo foi descontinuado no Brasil, pois não tinha capacidade de processamento suficiente para efetuar a assinatura digital. O modelo 1996 possuía processador Intel 386 SX 33Mhz, com 2Mb de memória RAM."

Das 77 mil urnas modelo 96 fabricadas, 17 mil foram emprestadas ao Paraguai e as demais foram descartadas em 2008 (descaracterizadas e recicladas). Posteriormente, após o Paraguai decidir não utilizar mais urnas eletrônicas, as 17 mil urnas retornaram ao Brasil e foram descartadas em 2019, juntamente com o modelo 2004, diz o TSE.

O TSE destaca que nas experiências em que o tribunal brasileiro participou ativamente, principalmente nas eleições presidenciais de 2003, foi observado que havia uma inversão, no Paraguai, na implementação do voto eletrônico em relação ao que foi feito no Brasil. Aqui, houve primeiro o recadastramento de eleitores em 1986 e a totalização informatizada em 1994 para, depois, a implantação gradativa da urna eletrônica de 1996 a 2000.

Os técnicos do TSE brasileiro perceberam que no Paraguai, por sua vez, não havia dinheiro para a implementação do voto eletrônico. Até mesmo a manutenção das urnas emprestadas pelo Brasil era feita por meio da retirada de peças de outras urnas, porque o modelo 1996 era ultrapassado tecnologicamente.

 

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