O presidente da República, Jair Bolsonaro, apoiado por alguns parlamentares e ativistas, tem levantado suspeitas a respeito da lisura e consistência do voto eletrônico que é adotado nas eleições brasileiras desde 1996.

As alegações que buscam pôr em cheque a confiabilidade do sistema eletrônico de votação são todas baseadas ou em fatos descontextualizados, falsos ou distorcidos, que já foram exaustivamente examinados pelo Ministério Público e pela Justiça Eleitoral e, ao seu tempo, desmentidos.

Fato é que desde 1996 não se registram no Brasil casos de fraudes eleitorais envolvendo a captação ou totalização de votos.

Em 2014 o candidato derrotado a presidente da República Aécio Neves solicitou ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) uma auditoria dos votos daquela Eleição Geral, no que foi prontamente atendido. Um ano depois, o Partido da Social Democracia Brasileira (PSDB) apresentou à Corte Eleitoral o relatório dos seus trabalhos de auditoria no qual admite que não houve qualquer fraude em 2014 e que o sistema eletrônico de votação é auditável.

A questão da adoção do voto impresso associado ao voto eletrônico já foi debatido no Congresso Nacional algumas vezes e, em todas, acabou derrotado. O Supremo Tribunal Federal (STF), por sua vez, declarou a inconstitucionalidade de um dispositivo da legislação eleitoral que previa a impressão do voto depositado na urna eletrônica. Além do mais, a adoção desse modelo acarretaria um custo adicional calculado, em 2020, em mais de dois bilhões de reais.