Uma narrativa bastante distorcida que rodou a internet a poucos meses das Eleições Gerais de 2022 deixou eleitoras e eleitores confusos sobre os testes e procedimentos de auditoria realizados no sistema eletrônico de votação. Na gravação, compartilhada originalmente na rede social de vídeos Helo, um homem disse que o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) contratou 32 mil urnas eletrônicas que já viriam "grampeadas" para garantir a vitória de determinado candidato à Presidência no pleito de outubro.

Fato ou boato?

A história é completamente fantasiosa e não possui qualquer embasamento técnico. Primeiro, porque os programas utilizados nas urnas eletrônicas são os mesmos, independentemente do modelo do equipamento. Isso quer dizer que os softwares e os hardwares que compõem os sistemas eleitorais passaram tanto pelo Teste Público de Segurança do Sistema Eletrônico de Votação (TPS) quanto pelas demais fases de auditoria do voto eletrônico.

Como forma de verificar, mais uma vez, o grau de confiança dos equipamentos, as 224.999 urnas modelo 2020 também passarão por etapas de análise e avaliação de segurança. O processo está sendo conduzido por pesquisadores da Escola Politécnica da Universidade de São Paulo (USP), que replicarão na novas urnas todos os testes realizados ao longo das seis edições do TPS.

Vale lembrar que o software da urna eletrônica é único em todos os aparelhos. Ou seja, a urna 2015, testada durante o TPS 2021 e que resistiu bravamente às investidas dos participantes, possui os mesmos programas e compartilha da mesma cadeia de segurança que a urna eletrônica 2020.